Alma da Bola

alma=princípio da vida, sentimento, generosidade, coração
bola= artefato esférico de borracha ou de outro material, freqüentemente envolto de couro, que, em geral salta por efeito da elasticcidade, e é usado em diversos esportes

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Jornalista especializado em marketing esportivo. Gosta de história e de uma boa cerveja.

quarta-feira, maio 10, 2006

Uma nova guerra anglo-espanhola

Primeiramente gostaria de me desculpar por todo este tempo sem publicar nada. Eu pensava que estava com uma gripe, mas segundo o médico é aquela velha bronquite, enfim. Vamos falar um pouco sobre os súditos do Rei e da Rainha que estarão frente a frente logo mais. Espanha e Inglaterra iniciam nesta quarta-feira em Eindhoven, na Holanda, com Sevilla e Middlesbrough, a final da Copa da UEFA ou, a primeira disputa para saber que é o dono do futebol no continente. Na próxima semana Barcelona e Arsenal, na Copa dos Campeões, selam os combates que se iniciaram há muito tempo.

Entre 1585 e 1604, o reino de Inglaterra, da Rainha Elizabeth I e o de Espanha, do Rei Filipe II, travaram pelos mares mundo afora. Os motivos foram político-econômicos, os espanhóis se opuseram ao contrabando de escravos feitos pelos ingleses em suas colônias das Índias Ocidentais e também religiosos, a oposição entre o catolicismo e o anglicanismo inglês, que em 1587 deixou os católicos inconformados ao executar a católica Rainha Maria I de Escócia.

Após o Tratado de Londres, assinado pelos reis Filipe III, filho de Filipe II, e James I, sucessor católico do trono inglês, a guerra chegou ao fim. O estoque de ouro dos espanhóis estava acabando e não havia mais motivos para a questão religiosa já que ambos eram católicos. O principal saldo da Guerra ficou para a Inglaterra que inspiração necessária para fazer-se potência naval nos séculos posteriores.

Histórias à parte, a economia e a religião, estarão fora de contexto, ao menos em um primeiro momento. Curiosamente neste momento pré-Copa, ambos os países parecem, ao menos em tese, estarem à frente dos concorrentes do continente. Eu disse em tese. Outro dado interessante é a “invasão espanhola” no futebol inglês. Liverpool e Arsenal têm jogador espanhol em seus plantéis, algo novo, tendo em vista que a Espanha, com sua forte liga, não tem tradição em exportar jogadores.

A final da Copa da UEFA irá opor dois times que fazem campanhas irregulares em seus respectivos campeonatos. O Sevilla é o quinto na Liga Española, enquanto o Boro, apelido do ex-time de Juninho Paulista, é apenas o décimo quarto na Premier League.

A equipe espanhola pode ser considerada, pode até ser vista como mais habilidosa, porém não podemos nunca subestimar o futebol inglês, afinal eles sempre nos oferecem surpresas, vide as finais da Champions League de 1999 e do ano passado.

Brasileiros não irão faltar ao duelo. Renato, Luís Fabiano, Daniel Alves e Adriano pelo lado andaluz e Doriva (ele mesmo) e Fábio Rochembach (que ano passado perdeu a final com o Sporting Lisboa para o CSKA Moscou) pelo lado inglês.

Quem quer que seja o vencedor, dessa vez apenas a “corte” futebolística irá decidir quem é o melhor. Aliás, semana que vem teremos o “Duelo Definitivo”, Barcelona e Arsenal, mas isso é assunto para depois, deixe-me preparar meu vinho ou meu chá para assistir esta grande final.

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posted by Guy Júnior | 3:21 PM | 3 comments

segunda-feira, maio 01, 2006

Quadrado amarelo? Eu quero é ganhar a Copa


Já que Placar não me convidou para comentar sobre a possibilidade de o Brasil jogar com quatro atacantes na Copa (vulgarmente chamado de quadrado mágico, amarelo ou qualquer outra besteira), na edição de maio, irei expor aqui no Alma da Bola a minha opinião.

Sinto que há uma tentativa da mídia em propagar uma ingenuidade coletiva nos torcedores. Pelo amor de Deus gente, não há como jogar com quatro atacantes na Copa do Mundo!

Na atual era da informação o futebol não possui mais aquele romantismo da surpresa pelo desconhecido. Hoje em dia todo mundo conhece o jogo de todo mundo. E, no caso, o Brasil acaba se tornando ainda mais conhecido, visto que é a seleção em evidência e todos os titulares atuam na Europa. A “galvão-buenística” expressão “Não existe mais time bobo” é totalmente furada. Bobo é quem acredita que teremos facilidades em ganhar a próxima Copa.

O que nosso inconsciente (ou seria o nosso consciente?) apaixonado e torcedor está nos fazendo acreditar? Que as outras seleções vão à Copa para nos assistir jogar? A velha síndrome de achar que só o Brasil sabe jogar futebol. Dá até a impressão que só nós fomos nesses últimos quatro anos no futebol. Enfim…

Mas, voltando ao esquema tático, afinal é isso que Placar quer saber. Seria inviável montarmos uma equipe desta maneira. O futebol moderno requer muita “pegada” no meio-campo, e no campeonato mundial será pior ainda afinal quem não quer por a mão da taça..

A Seleção deve se precaver afim de não ter surpresas desagradáveis, como em 1966 ou 1982. Na primeira fase o time deve se classificar com facilidade, porém todo cuidado será pouco contra o rápido Japão, já que Zico deixou bem claro que irá atacar; contra a aguerrida Austrália, que deve nos oferecer um jogo nos moldes britânicos de força, bolas longas e toques rápidos; e, principalmente, contra a eficiente Croácia e suas duas linhas de quatro jogadores, os croatas devem explorar a todo momento a saída rápida de bola para seus dois centroavantes.

Na fase final os problemas serão maiores, jogar com o “quadrado” poderá ser um suicídio contra Itália ou República Tcheca, prováveis adversários nas oitavas. Os italianos têm na conjugação da defesa e meio-campo o ponto de equilíbrio. Isso resulta em uma eficiência muito grande em contra-atacar, principalmente agora com dois magníficos atacantes Toni e Gilardino, que fazem a diferença na disputada Serie A.

Tanto pior será se os tchecos forem os adversários. Esta é uma das seleção européia que mais me agrada, tem uma defesa sólida (coisa que nós não temos), um meio muito habilidoso (sem qualquer exagero e se alguém quiser me desmentir vou pedir educadamente para que se informe melhor) e um ataque devastador/eficiente. O Brasil deverá evitar que esses times possam descer em rápidos contra-ataques, para isso precisamos de um setor defensivo sólido, fechado na meia-cancha, pois nossos zagueiros não são os melhores do mundo.

Acredito que a melhor escalação do Brasil seja Marcos (nosso melhor goleiro), Cafu (experiente e respeitado por todos), Luisão (bom no jogo aéreo e em grande fase), Roque Jr. (experiente e ainda sabe sair jogando) e Roberto Carlos (o melhor da posição). Edmílson (para a proteção da zaga e um eventual terceiro zagueiro), Émerson (bom na marcação e calejado internacionalmente), Juninho Pernambucano (bom no apoio e pode servir à marcação) e Kaká (o número 1 tão sonhado pelo Zagallo). Na frente Ronaldinho (sem comentários) e Ronaldo (gordo, mas ainda é põe medo nos outros).

Alguns podem achar que é uma equipe defensiva, mas eu diria que está equilibrada e abre espaço para que possamos aproveitar a habilidade de Robinho ou a força de Adriano quando as partidas estiverem complicadas. Toda a cautela é válida. Antes de ganharmos a Copa precisamos não perdê-la, olho vivo pessoal. Pois os olhos dos outros estão bem vivos em cima da gente.

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posted by Guy Júnior | 1:01 PM | 2 comments