Alma da Bola

alma=princípio da vida, sentimento, generosidade, coração
bola= artefato esférico de borracha ou de outro material, freqüentemente envolto de couro, que, em geral salta por efeito da elasticcidade, e é usado em diversos esportes

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Jornalista especializado em marketing esportivo. Gosta de história e de uma boa cerveja.

sábado, abril 15, 2006

Deuses da bola

E o jogo caminhava tranqüilamente para seu final. O time favorito ganhava por dois a zero e não oferecia nenhum tipo de reação ao adversário. Quando que, de repente, uma virada espetacular aconteceu. Um gol de falta, outro na falha do zagueiro e no terceiro, um olímpico. Todos espantados e incrédulos. Um milagre?

A seqüência descrita bastaria, caso a partida estivesse sendo narrada por Galvão Bueno, para que a expressão “Deuses do Futebol” fosse utilizada. Provavelmente não deve ter sido ele que a cunhou, porém é quem mais a utiliza. Mas afinal de contas, quem seriam esses deuses? O plural indica para uma cultura politeísta. Logo, seriam os da mitologia clássica?

Os “Deuses do futebol” não são apenas entidades que habitam o imaginário do torcedor, que de uma hora para outra podem mudar a história de um jogo. São também aqueles habitam ou já habitaram os gramados ao redor do mundo. O esporte bretão também bebeu na fonte da história clássica e criou seus deuses copiando gregos e romanos. Qualquer semelhança, não é mera coincidência.

Zeus (Júpiter para os romanos), o soberano no olimpo, local onde estas entidades viviam, além de também ser conhecido por Júpiter para os romanos, encarnou também nas quatro linhas. Nasceu em 3 corações Edson, eternizou-se Pelé. Por onde passou vestiu a camisa 10, tornando-a referência dos grandes craques, apesar de hoje em dia não ser bem assim. Foi o melhor em todos os tipos de comparação futebolística. É único e soberano, virou referência disso, e não é muito difícil ouvirmos expressões como “Pelé do basquete” ou “Pelé de alguma coisa”. Em um único ponto é diferente do grego, não é inatingível. O Rei Pelé constantemente é alvo de polêmica e crítica, mas nada pode questionar sua representatividade e sua arte em campo.

Mas assim como o olimpo, os gramados sempre foi habitado por diversos deles, cada um com uma característica. Diz a lenda que Dioniso (o Baco dos romanos) teria colocado o vinho à disposição de todos na Grécia e não apenas das elites. Tornou-se o deus do vinho e da fertilidade. Uma alegria generalizada, comparada ao que Garrincha fazia em campo, ricos e pobres ficavam alegres ao ver suas jogadas.

Mas não é só o futebol brasileiro que dispõe deles. Os alemães tiveram pelo menos dois. Beckenbauer e sua clavícula quebrada na semifinal de 70, me remetem ao deus coxo do fogo e ferreiro, Hefaistos (Hefesto para os romanos). O Kaiser, seu apelido, sempre se destacou pela firmeza e pelo espírito de luta. Ferro e fogo não lhe faltavam quando entrava em campo. O outro seria o da guerra Ares (Marte), ou simplesmente Fritz Walter. Combatente que foi aprisionado no leste na Segunda Guerra, voltou em 1954 na Suíça, para “guerrear” contra a Hungria e fazer seu país pela primeira vez campeão mundial.

Da Argentina vem Poseidon (Netuno), rei dos mares. El pibe de oro foi tão impiedoso com os ingleses em 86 no México quanto o senhor dos mares era com seus desafiadores. No primeiro gol foi traiçoeiro ao tocar a bola com a mão antes do goleiro Peter Shilton. No segundo driblaria, se preciso, até a Rainha Elizabeth, para marcar o gol mais bonito da história das Copas. Ao contrário da Guerra das Ilhas Malvinas, os mares foram mais generosos para os argentinos. “Com as mãos de Deus”, foi assim que Maradona definiu seu primeiro gol, esqueceu-se porém de falar que era Poseidon.

Tantos outros deuses da bola e do campo podem ser relacionados com diversos craques. O espaço fica aberto para sugestões. E da próxima vez que ouvirmos que tal resultado foi feito dos “Deuses do Futebol”, devemos perguntar: o mítico ou o real?

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posted by Guy Júnior | 4:16 PM

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Zinedine Zidane é o maior dos 'deuses da bola' que vi jogar SEM O RECURSO DO VIDEOTAPE.

Tudo bem, tudo bem, a concorrência é grande, porque tem, entre outros, Van Basten, Rijkaard, Matthaus, Bergkamp, Henry, os Ronaldos, Romário, Raí, mas entre todos os que vi jogar fico mesmo é com 'Zizou'.

9:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

best, dalglish, michel, vialli, platini, e um tipo acho que se chamava eusébio, acho eu...

11:49 AM  

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