Genoveses e destemidos
Favoritos? Non, grazie!
reprodução www.vivapagliuca.com
Pagliuca, Mancini, Vialli, Lombardo e Toninho Cerezo, a Sampdoria do início da década de 90 dificilmente sairá do imaginário dos amantes do futebol. Vencedora do Scudetto da temporada 1990-91 o time era realmente fantástico. O disputadíssimo campeonato daquele ano contava com dois fatores que despertavam o interesse dos fanáticos torcedores: o já tradicional amor dos italianos pelo Calcio e a efervescência pós-Copa do Mundo que ainda agitava a “Velha Bota”.
Os favoritos? O Milan dos holandeses Van Basten, Gullit e Rijkaard, além do lendário líbero Franco Baresi; a Inter, que contava com o trio alemão, que acabara de conquistar o mundial: Mathäus, Brehme e Kilnsmann, mais o seguro goleiro Valter Zenga, o menos vazado da Copa; a Juve, La Vecchia Signora, que apostava nas estrelas italianas da Copa, a revelação Roberto Baggio e o artilheiro Salvatore “Toto” Schilacci; e mais ao sul um tal de Diego Maradona ditava o ritmo no Napoli, assessorado pelos brasileiros Careca e Alemão. Esses eram os grandes favoritos ao título.
Eis que surgiu em Gênova, terra de Cristóvão Colombo, um esquadrão azul, tão destemido quanto o navegador, a Sampdoria, ou simplesmente “Samp”. Não tomando conhecimento dos adversários, a equipe sagrou-se campeã do difícil torneio. Lembro-me muito bem o quanto era gostoso assistir aquelas partidas nas manhãs de domingo pela TV Bandeirantes, com narração de Silvio Luiz e comentários de Silvio Lancelotti. Meu pai sempre me fazia companhia bebendo um amargo e tradicional uísque. Eu tinha apenas 8 anos.
Encantei-me por aquele time. Sentia-me como se fosse um garotinho italiano, tendo nas figuras dos Gianlucas, Vialli e Pagliuca, e do carequinha Atílio Lombardo as representações de meus ídolos.Em maio de 1992, um chute do zagueiro holandês Ronald Koeman, do Barcelona, na final da Liga dos Campeões, em Wembley, acabaria com o meu sonho de ver a “Samp” ser campeã européia (jogaria contra o São Paulo na final Interclubes em Tóquio). Pagliuca esticou-se como uma lagartixa, mas a forte batida foi perfeita, acertando o canto direito alto do goleiro. Eu e os genoveses dormiriam tristes naquela noite.
4 Comments:
(Estou em lágrimas, sem condições de continuar)
Avante, Samp!!!
Belo texto, cara. Aquele esquadrão estará sempre em nossa memória...
um timaço, sim... em Milão, venceu a Inter e o Milan. e no ano seguinte quase venceu o Barça e enfrentou o São Paulo no Mundial Interclubes.
mas, convenhamos, fogo de palha. a Samp só voltou a jogar bem em 1993-1994, com Gullit à frente. e depois morreu...
que seu blog pelo menos não morra assim...
abraço!
Cara, bem-vindo ao mundo dos blogs. A propósito, gostei bastante do nome (a palavra alma é recorrente nas coisas que eu escrevo e estava inclusive no título inicial do meu livro). Já coloquei um link no meu blog.
Boa sorte!
Abraços
Emocionante. Você sabe que eu não tenho time nenhum além do São Paulo, mas nessa época eu era mesmo fã do Milan. O Van Basten foi um dos caras mais impressionantes que já vi jogar. Pena que teve que parar tão cedo...
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